Máquina de ritmo

canção, tecnologias e crítica cultural em Gilberto Gil

Autores/as

Palabras clave:

Canção e tecnologias, crítica cultural, Gilberto Gil

Resumen

Neste artigo discuto o tema das tecnologias no campo da música popular, mais especificamente na canção, em seu potencial de crítica cultural. Nesse propósito analiso a canção Máquina de ritmo, de Gilberto Gil, sendo este compositor um artista com uma produção singular no âmbito cultural brasileiro, tanto em seus aspectos estéticos e filosóficos, quanto na atenção que conferiu, ao longo de sua vasta obra, às temáticas tecnológicas – o que aqui nos interessa em especial. Numa abordagem interdisciplinar, busco explorar uma discussão não meramente no sentido de compreender como as tecnologias têm modificado os processos de composição e produção musical, mas sobretudo trazendo um outro enfoque – ao que me parece ainda pouco explorado – que consiste em analisar como a canção têm refletido sobre as transformações tecnológicas na cultura ou, ainda, no interior da própria canção. A análise aqui empenhada levantou questões como os tensionamentos entre o tradicional e o moderno, o acústico e o eletrônico, o analógico e o digital, a sensibilidade humana e o processamento de algoritmos, onde observamos o que identifico como uma atitude dialética do artista ao abordar uma série de dilemas contemporâneos de forma crítica e sensível.

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Biografía del autor/a

Gabriel Marotti Ricardo, Unifesp

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), na linha de pesquisa "Subjetividade, Arte e Cultura" e bolsista CAPES. Mestre em Estudos Culturais (área: Filosofia) pela Universidade de São Paulo (USP), na linha de pesquisa "Cultura, Política e Identidades". Possui graduação em Música pela Universidade Metropolitana de Santos (2015) e especialização em Docência no Ensino Superior pela Faculdade Metropolitana Unidas (2018). Atuou como colaborador voluntário no Arquivo Histórico-Cultural do ABC (Universidade Federal do ABC) durante o ano letivo de 2021. Publicou o capítulo intitulado "Banda Larga Cordel: cultura e mediação tecnológica na trajetória de Gilberto Gil" no livro "Pesquisa em Arte, Mídias e Tecnologia: textos selecionados" (Stricto Sensu, 2021). É participante do grupo de estudos Modernidade e História Cultural, ligado ao programa de pós-graduação em Filosofia da UNIFESP. Tem experiência nas áreas de Artes, Educação e Cultura, com ênfase em Música Popular, atuando principalmente nos seguintes temas: cultura e mediação tecnológica; música popular e crítica cultural; cultura e filosofia brasileiras; estética e história da arte.

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Publicado

2024-07-08

Cómo citar

MAROTTI RICARDO, Gabriel. Máquina de ritmo: canção, tecnologias e crítica cultural em Gilberto Gil. MusiMid: Revista Brasileira de Estudos em Música e Mídia, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 184–199, 2024. Disponível em: https://revistamusimid.com.br/index.php/MusiMid/article/view/193. Acesso em: 23 nov. 2024.

Número

Sección

Dossiê - Música e História