Mulheres musicistas em Manaus no início do século XX
subvertendo papéis de gênero pela profissão artística
Palavras-chave:
Gênero, História das Mulheres, Profissões, Musicistas, ManausResumo
No início do século XX as mulheres passaram a exigir mais espaço na vida pública. O início do período republicano, as grandes guerras e o ciclo da borracha na Amazônia influenciaram o período, que foi marcado também por mudanças nas chamadas “profissões para mulheres”. Em periódicos locais de Manaus deste contexto, encontramos vestígios das trajetórias de mulheres musicistas que fizeram de sua arte uma profissão. Essa era uma escolha profissional considerada ousada para uma mulher, pois o que a sociedade impunha a elas eram aquelas atividades que se relacionavam com os papéis de mãe e esposa. A criação artística não era vista como adequada, pois socialmente eram desacreditadas as capacidades criativa e intelectual das mulheres para tais feitos. Portanto, considera-se que mulheres que foram pianistas, guitarristas, violinistas, cantoras e até mesmo professoras de música naquele início de século XX, subverteram papéis sociais de gênero através da atuação profissional no mundo da música.
Downloads
Referências
Afonso, Lucyanne de Melo, and Brenda Letícia Barbosa Gomes. 2021. O ensino de música em Manaus: instituições e professores de música do século XX (1900 a 1929): XXV Congresso Nacional do ABEM.
Cabral, Bárbara Harianna Brito de. 2023. “Profissões para mulheres em Manaus (1890-1930): imposições sociais de gênero e brechas para a subversão através do trabalho.” MA diss., Universidade Federal do Amazonas.
Campos, Luciane Maria Dantas de. 2010. “Trabalho e emancipação: um olhar sobre as mulheres de Manaus (1890-1940).” MA diss., Universidade Federal do Amazonas.
Magalhães, Maristela Rocha de Almeida. 2019. “Chiquinha Gonzaga: de outsider ao reconhecimento perante o domínio masculino.” PhD thesis, Universidade Federal de Juiz de Fora.
Nunes, Thiane. 2021. “Invisibilidade, mitografia e silenciamentos na arte: perspectivas feministas na historiografia da arte.” Revista-Valise, v. 10, n. 17, ano 10, abril de 2021.
Páscoa, Márcio. 1997. A Vida Musical em Manaus na Época da Borracha (1850-1910). Manaus: Imprensa Oficial do Estado do Amazonas/FUNARTE.
______. 2000. Cronologia lírica de Manaus. Manaus: Governo do Estado do Amazonas; Secretaria de Estado da Cultura e Turismo.
Páscoa, Luciane Viana Barros Páscoa. 2023. Cantoras líricas em trânsito na Amazônia oitocentista. Trânsitos e fronteiras literárias. Rio de Janeiro: Edições Makunaima.
Pinheiro, Maria Luiza Ugarte. 2015. Folhas do Norte: letramento e periodismo no Amazonas (1880-1920). 3.ed. Manaus: EDUA.
Perrot, Michelle. 1995. “Escrever uma história das mulheres: relato de uma experiência.” Tradução de Ricardo Augusto Vieira. Cadernos Pagu, 4: 9-28.
______. Mulheres públicas. 1998. Trad. Roberto Leal Ferreira: São Paulo: Fundação Editora da UNESP.
______. 2001. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
______. 2005. As mulheres ou os silêncios da história. Tradução de Viviane Ribeiro. Bauru, SP: EDUSC.
______. 2007. Minha história das mulheres. Tradução de ngela M. S. Correa. São Paulo: Contexto.
Simioni, Ana Paula Cavalcanti. 2002. “Entre convenções e discretas ousadias: Georgina de Albuquerque e a pintura histórica feminina no Brasil.” Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 17, n. 50, out. 2002.
______. 2008. Profissão Artista: pintoras e escultoras acadêmicas brasileiras. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
Sousa, Aline Santos da Paz de. 2013. “Atuação Feminina No Cenário Musical Do Rio De Janeiro (1890-1910).” MA diss., Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Tarasantchi, Ruth Sprung. 2004. Mulheres pintoras no Brasil. São Paulo: Pinacoteca do Estado, p. 9-33.
