O ritmo como ícone primordial
Mots-clés :
qualissigno-icônico-remático, sonoridade, ritmo, cogniçãoRésumé
Este artigo traz de volta a teoria das matrizes da linguagem e pensamento -- sonora, visual e verbal -- com ênfase especial na matriz sonora para nela situar a questão do ritmo. As matrizes estão fundadas na fenomenologia e semiótica peircianas de modo que cada matriz encontra sua correspondência em uma dentre as principais classes de signos elaboradas por Peirce. Assim, a sonoridade corresponderia ao qualissigno-icônico-remático, a visualidade ao sinssigno-indicial-dicente e o verbal ao legissigno-simbólico-argumental. A partir disso, o artigo focaliza as modalidades de linguagem que decorrem da matriz sonora. O propósito é caracterizar o ritmo como manifestação mais radical do qualissigno-icônico remático e seu papel organizador primordial no nascedouro de toda e qualquer linguagem. Tal postulação encontra respaldo na teoria evolutiva da cognição humana, em que, já na longínqua era do Homo Erectus, o ritmo emergiu para o exercício desse papel.
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Références
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