Reflexões musicais e estéticas sobre a composição e gravação de Verão de 74

Résumé

O disco Topázio, de Nando Carneiro, apresenta como característica o uso de sequenciamento eletrônico, a ser executado em tempo real, em conjunto com a performance de um trio. Juntamente com a escolha desta proposta de trabalho para a gravação surgem questões que aparentemente parecem pouco relativas a essa ideia, mas que aos poucos se revelam conectadas umas às outras. Tomando por base as partituras originais, cedidas pelo compositor e pelo flautista, juntamente com a escuta da gravação, procurei analisar os aspectos de natureza musical que explicassem o resultado final do trabalho. Para tanto foi escolhida a música Verão de 74, a qual trouxe aportes interessantes, não apenas do ponto de vista composicional, mas principalmente estético. Ao longo do texto será apresentada a relação entre a referida peça com outros materiais temáticos do mesmo compositor, além da análise formal, de modo a elucidar as questões estéticas resultantes do trabalho de gravação. Tal reflexão é estabelecida a partir das teorias de Peter Kivy, Tia deNora, e Patrik Juslin, as quais permitem passar das questões tecnológicas que deram origem ao processo, e chegar até o nível expressivo.