Enfoque da transversalidade de poderes oblíquos no contexto de um gênero musical brasileiro – o Choro – ao fazer interagir o nacional e o global no cenário contemporâneo

Resumo

O cenário pós-moderno consolidado tem se caracterizado por uma grande acentuação dos encontros culturais interpessoais e midiáticos e por um cenário capitalista contemporâneo onde bens culturais locais têm funcionado como molas propulsoras do consumo em um espaço global (Harvey 2013). Daí surgiu a questão: Como tem acontecido hoje a interação do tradicional, do nacional e do global no contexto de criação, produção e circulação do gênero musical choro em Brasília, um importante centro de cultivo do gênero no Brasil, considerado ali um dos símbolos do nacional? Tendo como fundamentação Canclini (2011), que considera que as forças que se colocam em conflito, justaposição ou negociação nos processos de interação cultural revelam a transversalidade de poderes oblíquos, e a observação de Nicolau Netto (2009) de que a força da nação, os significados que incorpora são negociados ali, fundamentação que se juntou aos dados colhidos na análise musical e na exploração de fontes orais e midiáticas, este trabalho conseguiu cumprir o objetivo de verificar os processos de interação cultural relacionados às obras de dois músicos brasilienses: Choro do Portina, de Hamilton de Holanda, e Um chorinho em Cochabamba, de Rogério Caetano e Eduardo Neves.