Memória e Testemunho

as canções póstumas no álbum Manifiesto Chile September 1973

Autores

Palavras-chave:

Víctor Jara, Joan Jara, Nova Canção Chilena, Manifiesto Chile September 1973, Memória, Testemunho

Resumo

Este artigo tem como objetivo examinar as últimas composições do multiartista comunista Víctor Jara – que foi preso, torturado e assassinado por militares poucos dias após o golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 no Chile –, e a narrativa memorial e testemunhal construída pela bailarina britânico-chilena Joan Jara, sua viúva, em torno destas canções. Uma das primeiras iniciativas de Joan no exílio, em Londres, foi a produção do álbum póstumo Manifiesto Chile September 1973 (1974), divulgado nos eventos organizados pela rede de solidariedade internacional. Nesse sentido, o LP é uma fonte privilegiada para investigar o início do processo de ressignificação de canções de Jara e da Nova Canção Chilena como veículos de memória do governo da Unidade Popular (1970-1973) e de resistência à ditadura militar (1973-1990). A narrativa formulada em torno das canções póstumas de Víctor permite observar a maneira como Joan elaborou o trauma histórico do golpe, bem como a representação do cantautor como “mártir de resistência”. A nosso ver, é possível afirmar que, para a viúva, a figura e obra musical de Víctor Jara passam a ter sentidos messiânicos.

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Publicado

08-07-2024

Como Citar

FRANCA RAMALHO, Maria Luiza. Memória e Testemunho: as canções póstumas no álbum Manifiesto Chile September 1973. MusiMid: Revista Brasileira de Estudos em Música e Mídia, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 83–108, 2024. Disponível em: https://revistamusimid.com.br/index.php/MusiMid/article/view/192. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê - Música e História