Dossiê Philip Tagg: Por uma musicologia expandida: da musemática ao edutenimento

14-05-2024

Philip Tagg: Por uma musicologia expandida: da musemática ao edutenimento

 

Philip Tagg (1944 – 2024) iniciou a trajetória musical no início da década de 1960. Professor desde a década de 1970, é autor de extensa obra, incluindo inúmeros artigos, livros e vídeos. É, em grande medida responsável pelo estabelecimento e desenvolvimento de uma musicologia ampliada, tendo levado os estudos da música popular e sobre música popular para a Academia. Foi um dos fundadores da Associação internacional para o estudo da música popularIASPM – International Association for the Study of Popular Music, no início dos anos 1980, com o propósito de fomentar o encontro e o intercâmbio de saberes e incentivar debates entre pesquisadores; em um primeiro momento, da Europa e América do Norte e, paulatinamente, de várias regiões do planeta.

Sua concepção sobre música - enquanto linguagem e prática - considera que a resultante da combinação e interface dos vários elementos sonoros e musicais mediatizados, seja em produtos audiovisuais, seja em fonogramas (particularmente, a música popular) contribui decisivamente para a formação de sentido por parte do ouvinte/receptor. Assim, dedicou grande parte de seu trabalho acadêmico à análise das camadas de elementos musicais que, em conjunto, permitem-nos situar perceptiva e culturalmente um produto musical. Tagg inspirou-se especialmente na Semiótica para elaborar sua abordagem metodológica, exaustivamente detalhada, que inclui, entre outros procedimentos, testes de recepção, comparação de elementos musicais entre fonogramas ou produtos audiovisuais e sua contextualização cultural. Para o autor, a análise musical não deve constituir um fim em si mesma; antes disso, deve pautar um caminho para o entendimento de como operam os mecanismos retóricos das linguagens midiáticas e como os indivíduos situados em um determinado tempo e um lugar realizam seus processos semânticos para propor novas chaves de análise para a sua interpretação.

Philip Tagg deve ser lembrado e reconhecido não apenas pelo professor que foi e sua militância como educador, mas também pela sua relevância teórica, que abre novos horizontes nas concepções dos estudos musicológicos.

Revista MusiMid homenageia esse importante professor, pesquisador e acadêmico inglês com um dossiê a ele dedicado, editado por Cláudia Azevedo, Martha Ulhôa e Laura Jordán. Para tanto, convida autores a submeterem textos originais que se baseiem, em alguma medida, na metodologia elaborada por Tagg (pesquisas em andamento ou concluídas). Em particular, artigos versando sobre música popular, e em outras linguagens midiáticas. Também serão bem-vindos textos que abordem a trajetória do autor, incluindo sua concepção de mundo, capaz de o levar a iniciativas como formas de popularizar o conhecimento musical aos “não-musos” e a criação do canal digital “Edutainment”.

Além do contribuições para o dossiê, a Revista MusiMid aceita artigos, entrevistas e resenhas, relacionadas ao seu escopo.

Chamada de trabalhos: 13 de maio a 10 de agosto

Divulgação dos trabalhos aprovados: 23 de setembro

Período para revisões: 23 de setembro a 14 de outubro

Publicação: 18 de novembro

Para fomentar o compartilhamento de ideias de maneira mais ampla, A Revista MusiMid sugere, enfaticamente que as submissões em língua nativa sejam acompanhadas da sua versão em inglês.