As Serestas Villa-Lobos e as composições e arranjos para o album Canção do amor demais: uma análise comparativa
Palavras-chave:
Villa-Lobos, Tom Jobim, Seresta, Bossa novaResumo
As relações entre os compositores brasileiros Heitor Villa-Lobos (1887–1959) e Tom Jobim (1927–1994) são bastante comentadas e mencionadas em entrevistas e trabalhos acadêmicos. O presente trabalho pretende, portanto, fazer uma análise comparativa entre determinadas características e processos composicionais das Serestas do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (12 compostas entre os anos de 1925-26, e 2 entre 1943-44) e as canções e arranjos feitos por Tom Jobim para o disco Canção do amor demais (Elizeth Cardoso, 1958) (considerado um dos marcos iniciais do movimento da Bossa Nova). Paulo Jobim, filho de Tom Jobim, declarou que os arranjos feitos por Tom Jobim para o disco Canção do amor demais são relativamente simples, mas caprichosos, “flertados com a música de câmara”. Ainda diz: “tem a ver com as Serestas do Villa, normalmente tocadas ao piano, que foram arranjadas em um disco do qual meu pai era fã” (Jobim, P. 2018). Desejamos que os resultados obtidos com as presentes análises possam revelar elementos que demonstrem a pregnância da música villalobiana em Tom Jobim.
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Referências
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